Bom, começo o meu
diário falando da expectativa por esse componente. Não é novidade que muito se
comenta a respeito do componente. Mas na verdade ninguém diz nada de concreto,
o que resta então é esperar. A semana começou, a quinta-feira seria o grande dia,
se não fosse o recado de adiamento da aula... Maldade gente! Mas tudo bem. A
quinta logo chegou, e dessa vez não teve recado de adiamento da aula. Gostei do
professor logo de cara. Sorriso fácil, boa dinâmica e aprendeu meu nome logo de
primeira!
O professor Fábio, fez
algumas considerações e logo mandou que todos ficassem de pé. Faríamos nossa
primeira dinâmica. Gostei muito da atividade, pois já estava numa turma a cerca
de duas semanas, no entanto conhecia a todos de vista, mas não sabia os nomes
dos colegas. A dinâmica propiciou um melhor entrosamento e aprimorou
afinidades. A noite foi cheia de reflexões e pensamentos, desconstruções e
construções... Finalizando a noite, o professor fez outra dinâmica bem legal,
onde andamos pelo ambiente observando os colegas, os móveis, sentindo a si
mesmo e ao outro. Adorei a aula do componente experiência do sensível. O que
mais virá por aí?...
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| Desenho formado com a terra que trouxemos |
Água é o princípio da
vida, seja nos rios, nos oceanos. Onde quer que exista água existe história. A
ideia de levar um pouco d’água que lembrasse algo da minha vida foi muito
gratificante. No mesmo momento me remeteu o presente que ganhei de uma
ex-aluna. Duda o nome dela. Já aproveito para participar nesse diário a
experiência que tive com a terra também. Como eu estava dizendo, a Eduarda
(Duda) no final do ano letivo me presenteou com um pacotinho, nele havia dois
frasquinhos, um com líquido transparente outro com algo mais escuro, sólido.
Recebi o presente agradeci e a vida continuou... Tempos depois encontrei aquela
menina e eu não pude deixar de perguntar do presente. – Duda, além do perfume,
o que tinha no outro frasco? Ela responde: - Tio, não era perfume, é água do
rio Jordão e no outro frasco é terra da cidade de Jerusalém. Nesta aula o
professor me fez refletir ainda mais a respeito do presente dizendo:
“interessante quando alguém guarda pra si água, mas quando ela dá de
presente”... Até hoje ainda penso nisso.
Comessem a andar, mais
rápido, mais rápido não se batam mais rápido, desviem um do outro, não riam
apenas andem, não conversem... Essa aula foi top. Quantas vezes passamos sem
prestar atenção aos detalhes, aos outros. Passamos batidos. Andávamos tão
rápido que só enxergava borrões. Nessa aula aprendi que muito ainda tenho para
aprender, o professor nos fez três momentos bem divididos. O início nos dando
rapidez, depois um momento de reflexão onde moldamos o colega como argila e no
final relaxamento total, observando os detalhes da sala onde estávamos.
Chegando à sala o
professor nos fez em pares, logo em seguida com os olhos fechados tinha que
seguir e passar no corredor, devidamente preparado por ele. Neste dia fiquei de
guia, a proposta de atividade era experimentar sensações. Primeiro colocando a
mão numa vasilha com água natural, depois gelada e em seguida quente. Confesso
que gostaria de ter feito essa atividade sem saber o que iria acontecer. De
qualquer forma na minha vez, fechei os olhos e fui... Coloquei a mão no
primeiro vasilhame, no segundo e no terceiro. Depois o professor propôs uma
reflexão sobre. Gostei muito quando coloquei a mão na vasilha com água natural.
Sei lá, senti como se fosse o natural, como deveria ser. Senti segurança nesse
momento.
Gente traga pipoca! Opa
vai ter cinema? Sim! A proposta foi assistir a um lindo filme, O carteiro e o poeta.
Que conta a história que por razões políticas o poeta chileno Pablo se exila em
uma ilha na Itália. Lá um desempregado quase analfabeto é contratado como
carteiro extra, encarregado de cuidar da correspondência do poeta, e
gradativamente entre os dois se forma uma sólida amizade, sendo que o carteiro
solicita e recebe a ajuda do poeta a fim de conquistar o grande amor de sua
vida.
Fomos mais uma vez
questionados sobre o tempo. O professor explana a respeito das nossas
preocupações, correrias e que estamos ficando robotizados e fala ainda sobre a
corrida para conseguir as coisas. Recebemos informações de todo lado, a todo
tempo.
Em seguida o professor
pediu para que ouvíssemos os sons que trouxemos de casa. Ouvi o som de um bebe
a oração de uma mãe, o balbucio de uma criança, o som da chuva caindo. Minha
contribuição foi o som do berimbau.
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O professor propôs que
nosso encontro seguinte acontecesse no Centro de Cultura e assim o foi. Sem
sombra de dúvidas uma das melhores aulas que eu tive desse componente curricular.
O dia estava chuvoso, muito propicio a ficar em
casa... No entanto eu estava lá desde as 8 da manhã. O professor chegou e cada
um dos estudantes trouxe para aula uma comida que gostasse. (proposta do
professor) uma mesa foi montada e os alimentos colocados nela.
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| Uma delicia!!! |
Todos nós estávamos com
fome. Ali sentados em volta da mesa queríamos atacar. No entanto professor
Fábio pediu para que cada um contasse a história do prato que trouxera. Em
seguida o professor solicitou que algumas pessoas ficassem mais pertinho da
mesa, com os olhos fechados. Os outros que estavam com olhos abertos tinham que
colocar o alimento na boca do colega. Adorei a experiência. Experimentar vários
sabores sem ver trazia uma sensação insegurança por não saber o que realmente
seria oferecido a mim.
O dia só estava
começando e muito mais coisas viriam por aí... Depois de comer e limpar e
arrumar tudo, o professor pediu para abrir grande roda depois se sentar. Nesse
momento começava a seção de auto- reconhecimento, meditação e relaxamento. Ao
som de músicas calmas começamos a massagear nossos pés. Outra dinâmica foi
proposta pelo professor. Guiar e sermos guiados com os olhos fechados. Foi
instigante apesar de ficar inseguro. Ficar com olhos fechados, andando por um
local aberto cheio de obstáculos não me trouxe sensação muito boa não. Mas
curti muito a dinâmica.
Terminamos o dia
fazendo um pequeno relaxamento e em seguida massageamos uns aos outros. Aula
top.
"Sócrates evoca pois o que sempre disse é que está decidido dizendo a quem vier encontrar". FoulcaultComeçamos nossa aula com essa citação, o professor fala sobre o cuidado que devemos ter conosco. "o cuidar de si". Fomos convidados a refletir sobre o processo de transformação que passamos. Para um pouco, meditar, desligar das diversas ansiedades que nos cerca. (preciso disso)! Esquecer medos que nos cercam, exorcizar fantasmas que insiste em aparecer para tirar nossa paz... (como fazer?) Confesso que não sei.
O dia chegou! É nossa apresentação e condução da aula. Nesse dia primeiro apresentou uma outra equipe primeiro que nos fez refletir a importância de conseguirmos as coisas juntos. O individualismo e a vontade de vencer sem se preocupar com o outro foi trabalhado partindo de dinâmicas interativas e reflexivas.
Pronto, agora é nossa equipe. Um misto de ansiedade e medo que as coisas não saiam como previstas nos deixavam angustiados. Até mesmo porque a equipe que apresentou antes da nossa utilizou o mesmo vídeo que tínhamos preparado para turma. Vi nos olhares dos colegas da equipe o susto. A sorte é que um outro vídeos estava separado para usá-lo no entanto ele foi retirado por falta de tempo. Foi o vídeo que acabamos por apresentar. Relacionamos o vídeo da equipe anterior com nossa apresentação, explicamos para turma que usaríamos o mesmo vídeo mas que foi legal para mostrar justamente o que queríamos. A importância de se conectar com o outro.
Começamos com a dinâmica do "perguntei a meu doutor" interação total, todos riram muito, seguimos por fazer o conete-se comigo seguindo, apresentamos um outro vídeo para motivar as atividades em grupos e explicamos as regras.
Terminamos com uma linda foto da nossa turma. Foi uma noite proveitosa...
Hoje mais duas equipes estavam prontas para apresentação. Um suspense numa sala escura, cheia de folhas nos trouxe diversas sensações. Barulhos e sons aconteciam em quanto andávamos. A sensação era de estar perdido numa floresta num filme de terror.
Depois fomos convidados a ouvir um linda canção, o diferencial nessa música foi a utilização do violino tocado pelo nosso colega Oigres. Foi Show!
Já chegou nossa aula final, mais duas equipes prepararam dinâmicas que nos fizeram refletir sobre o outro e sobre nós mesmos. A última equipe preparou um tipo de ginastica. Muito legal, cheia de movimentos. Não participei efetivamente das atividades pelo problema de varizes que tenho. Mas a equipe deu um show!
O componente Experiência do Sensível se tornou parte de minha vida. Desde o primeiro dia notamos a intenção do professor Fábio em nos fazer mais consistentes de nós mesmos. Sei que sentirei saudades. Nunca mais serei o mesmo depois de ter passado por tantas experiências diferentes.
Muito obrigado professor Fabio por conduzir esse componente com tanta maestria, respeito e competência!





